VALE FECHA AS MINAS E JOGA A CHAVE FORA

 Chega de egoísmo! Chega de covardia! Chega de ignorância! Parem de dizer que o minério de ferro é eterno! Poucos estão fazendo alguma coisa por Itabira

Blog para resolver

Tudo que tem princípio tem fim. Este blog surgiu para rasgar o verbo, doa em quem doer. Há quase 60 anos moro nesta cidade — Itabira —   e sei que estão fazendo covardia com ela. Sabem que o fim do minério de ferro se aproxima. Isto é, em todos os sentidos: exaustão, preço de extração, embarque e custo total. Ouvem vozes sérias declarar que o  município arrecada mais de R$ 1,4  bilhão por ano, queimam o dinheiro todo e acham que fazem bonito e o fim se aproxima. Posso não comover o sentimento de alguém, posso nem ser visto, lido, comentado. Mas não importa: minhas palavras e dos entendidos ficarão para as novas gerações. Essas saberão quem entregou a alma itabirana para o diabo. Este blog é da coragem porque a maioria que o lê vendeu a alma barato.

Politicagem  profissional

A velha Companhia Vale do Rio Doce, que virou empresa particular, que passou a ser chamada de apenas Vale, está fechando as minas oficialmente. Do Cauê nada mais sai, só entra itabirito duro ou mais propriamente rejeito de minério de ferro, ou o pobretão chamado canga. Os senhores de engenho da prefeitura  estão em Itabira  (e eu tenho culpa nesse cartório) só para satisfazer a vaidade pessoal  momentânea e fazer pé de meia, ou completá-lo. O cara que veio, apelidado M40 e MAL, combateu os políticos profissionais e agora virou o mesmo, ou seja, deixaram todas as suas atividades e tornaram-se especializados na arte de viver disso. E sempre de barriga cheia.

Vale esvazia as gavetas

Acabei de afirmar acima que a Vale está, ainda, enchendo os cofres da prefeitura de dinheiro. Muita grana mesmo. Os impostos pagos pela Vale representam hoje quase 80% da arrecadação total do município. Vamos fazer as contas: entram nas contas municipais, todo ano. em torno de R$ 1,4 bilhão (já contei) e é tudo torrado como se fosse amendoim para pé de moleque.  A partir do ano de 2041, o dinheiro da prefeitura sairá de cena e, talvez passe a entrar nos cofres itabiranos minguados R$ 0,2 milhão por ano, uma merreca diante do embolso atual. Ou seja, se uma família recebe, hoje, R$ 10 mil, passará a ter na conta somente R$ 2 mil. Mas você, que sabe fazer as contas direitinho, percebe claramente a queda drástica, pois Itabira perderá outros impostos indiretos da Vale também. Alguns babacas pensam que os outros impostos — como IPTU, ICMS, ISS — cobrirão a nossa vida está super enganado. Há dois anos um levantamento foi feito e mostrou que a Unifei arrecadaria exatamente o valor que sobraria para Itabira. Mas isso está sendo mentira porque a Unifei não cresceu nos últimos quatro anos porque a atual administração negou-lhe as verbas a que tinha direito. Onde aplicou os milhões preparados em orçamento? Perguntem ao senhor M40 ou MAL.

Faixa tola itabirana

O caos não virá a partir de 2041. Há, entre entendidos (assessores da Vale), que preveem a caída de nossa receita muito antes da data prevista. Até 2035, garantem, a Vale não terá nem um prego a levar, já terá carregado tudo e  deixado as gavetas vazias. Somente os atrasados, babacas, distraídos, os de sempre  perdedores acreditarão em fim da receita em 2041. São os chamados otimistas meia boca que, na verdade, representam a faixa tola itabirana, os filhotes mal treinados na vida.

É vida ou morte

Se eu fosse prefeito de Itabira já teria declarado, em 2021;  “estado de emergência”. Mandaria parar tudo, criaria comissões, uma série de fóruns, debates, discussões e convidaria as entidades civis organizadas, políticos, religiosos, donas de casa, jovens, deputados, senadores, governador, presidente, enfim, Itabira em peso para um único objetivo: salvar a cidade. Carnaval? Nunca! Festas de autoridades rebolando? Jamais! Não dá para acreditar que esse povo está dormindo com a consciência em paz. Não será possível!  Em menos de 50 anos não se reconstrói a economia de uma cidade assim de repente. Vamos falar isso até doer os dedos e as gargantas mesmo que os babacas não queiram saber.

(Continua até o itabirano tomar vergonha na cara ou parar de ser trouxa)

José Sana

Fotos: 1.Mina da Vale pronta para ser fechada

           2. Primeiro asfaltamento de Itabira, ano 1965

Em 27 de fevereiro de 2025.

PS: O primeiro itabirano que leu este texto disse a seguinte bárbara frase: “Desde quando conheço Itabira, há 40 anos, falam que o minério de ferro vai acabar...” Eu lhe dei a seguinte resposta: “Desde quando nasci, há 80 anos, falam que vou morrer e estou aí...”