A CIDADE COMO ELA É DE MADRUGADA (1)
Aconteceu 
na madrugada nesta cidade que caminha para o fim em tudo: mal governada
por uma equipe forasteira, toma os rumos da incerteza com sexo brutal, futebol
que atropela leis, caramujos e ratos que desenfeitam as noites barulhentas
ATENÇÃO: PARA MAIORES DE 18 ANOS
Foi assim... Acrescento sem tirar nem pôr. Para a
maioria dos filhos da cidade só acontece debaixo dos panos, mas não é a  maioria absoluta entre a preferência de todo o
espaço urbano. É claro que vou fazer rodeios porque, senão, amanhã entrarei na
lista de assassinados pela bruta violência que grassa nos morros de bairros,
vilas e no centro da urbe.
FOI  ASSIM MESMO
Volto ao início: foi assim... Um rapazote namora a
filha do bom da boca, esse acusado de ser um barão da droga.  O tal vive com uma mulher com quem se casou
por claríssimo interesse financeiro. Coitado, ele nada tinha, mas se aprumou de
vez ao ter estabelecido uma união até parecida com concubinato, mas não era.
Diria que por livre interesse das partes. Ele, que gostava de mulher bonita e
ela que amava homens com relativa representatividade.
Deixemos para longe os motivos, vamos ao que deu o quadrangular
sexual sensacional numa cidade em que quase todos se conhecem. O casal
majoritário, que juntou a fome com a vontade de comer, vivia relativamente bem,
pelo menos na aparência. E teve, por interesse deste narrador, uma filha
bonita, que namorou um rapazote também “boa pinta”, como balbuciam nas esquinas
e praças "marcosoquistas".
AO CASO...
Vamos saltar os acordos, as simpatias, apatias, empatias,
entrosamentos. Dizem os meios drogados por cocaína, maconha e crack acrescentada
 a álcool de 60 graus. A mulher mandona
estava no trabalho (e não posso narrar a sua profissão, mas é decente). Houve o
chamado impossível. Digo que o verdadeiro amor vagava na cabeça do barão das
perdições que teria seduzido um pobre boa pinta, esse que era nada mais, nada
menos que genro dos personagens briguentos e namorado (agora acho que ex) do
pinta de galã.
A desgraça aconteceu na virada da meia-noite que,
antigamente, só valia para as assombrações como as narradas por Machado de
Assis. Mas nada era do além e sim do aquém. A 
madame chega, de repente, e topa com um quadro intensamente arrasador:
na cama, em atropelos e ginga-ginga,  os
dois, de cima, por cima, debaixo ou por baixo (não sei definir), peladinhos
como nasceram, na cama original e matrimonial dos ricaços, donos do pedaço.
Seria menos engraçado e inspirador para os escritores
se as peças não fossem assim: o barão casado com a madame e o rapazote namorado
da filha bonita fazendo o desamor e revivendo um notável “quadriamor” .
Em lá observando, a madame não teve sequer tempo de
incluir uma foto no seu álbum, já que pouco desconfiava do marido e do genro.
Atirou o celular longe, pegou nos braços dos engraçadinhos, e atirou-os como
estavam, pelados, nus, feios como são os homens crescidos, no meio da rua
intensamente movimentada de seu bairro. Ambos nem mostravam a cara.
Fim da história que vaga na cidade. Depois do
inesperado espetáculo, somente mais dois momentos tradicionais: os caramujos da
Avenida Mauro Ribeiro e os ratos da João Pinheiro iniciavam o toque de procura
para alimentar suas famílias.
PS - Qualquer semelhança com a realidade nua e crua é
mera coincidência por ser o fato do ano de conhecimento público.
Burro do Zé
24/05/2025
Foto: Redes Imorais  
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